Das 340 pessoas que foram recebidas no Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano, em Brasília (DF), em dois anos, 227 deixaram o espaço com ao menos um integrante familiar contratado por empresas parceiras do projeto.

Inaugurado em 2021, em Brasília (DF), o centro de acolhida Casa Bom Samaritano, serve como moradia temporária para pessoas refugiadas e migrantes da Venezuela, que estão abrigadas em Roraima e que são interiorizadas com a perspectiva de trabalharem na região do Distrito Federal. O imóvel, que passou por uma reforma, foi cedido temporariamente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ao projeto Acolhidos, e é gerenciado de forma conjunta pelo Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e a AVSI Brasil. O espaço conta com 18 quartos, cozinha equipada, refeitório e louçaria, lavanderia, brinquedoteca, salas de aula para cursos, auditório e plataforma elevatória para pessoas com deficiência.

A partir de um sistema rotativo, famílias venezuelanas vindas de Roraima são acolhidas em período não superior a três meses, integrando-se ao desenvolvimento de atividades multidisciplinares. O modelo de cogestão, inovador em um centro de acolhida, foi desenvolvido a partir das experiências da metodologia APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), reconhecida internacionalmente.

Desde a inauguração até hoje, 340 pessoas já foram acolhidas na Casa Bom Samaritano – dessas, 227 pessoas saíram do espaço, com ao menos um integrante familiar contratado. 78 pessoas foram admitidas para trabalhar em 21 empresas parceiras, na região do Distrito Federal, e nos estados de São Paulo e Goiás. A partir de 2022, o espaço também passou a receber grupos em trânsito que tinham outras localidades como destino final, funcionando assim como casa de passagem por alguns dias, numa ação coordenada pela Força-tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida e Organização Internacional para as Migrações (OIM). Nesta modalidade, 113 foram atendidas no centro de acolhimento.

O projeto Acolhidos por meio do trabalho tem o envolvimento do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), da Fundação AVSI e AVSI-USA e é financiado pelo Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado dos EUA, além do apoio institucional da Casa Civil da Presidência da República, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Organização Internacional para as Migrações (OIM), Rede Brasil do Pacto Global e de entidades da sociedade civil que atuam na temática do refúgio e da migração.

Kevin e sua esposa Anitzabelis (na foto de destaque) foram interiorizados para o DF, depois que ela foi aprovada para trabalhar em um restaurante em Brasília. Alguns meses depois ele conseguiu uma vaga para trabalhar como vigia na Casa Bom Samaritano, já que exercia atividade de segurança na Venezuela.

Fonte: AVSI Brasil