A máquina de costura sempre esteve presente através do ofício da avó e da mãe. Inspirada nessa tradição, e buscando gerar renda em um período de crise econômica e social, Bislandia Magdalena Urbano Aray, migrante venezuelana que reside no Brasil há 1 ano e meio, decidiu abrir um ateliê de costura. A ajuda para adquirir a máquina overloque industrial partiu do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), através do setor de Inserção Laboral. O recurso solicitado foi um equipamento de costura para desenvolver, a longo prazo, a fabricação de roupas femininas, buscando revender por atacado para diversas lojas.
Bislandia mora com mais quatro pessoas. A família veio para o Brasil devido à crise humanitária que assola seu país de origem. O projeto é familiar, formado pela sobrinha, a irmã e uma amiga da Venezuela. Antes mesmo de iniciar o ateliê, Bislandia já realizava capacitações profissionais, como a do projeto Adelante, uma parceria entre Visão Mundial e Organização Internacional para as Migrações (OIM), bem como realizando o registro de Microempreendedor Individual (MEI), a fim de poder exercer com tranquilidade a profissão.
Durante a pandemia da Covid-19, Bislandia produziu máscaras de proteção. Segundo ela, com a abertura do atelier de costura, o sonho se torna ainda maior. “Na Venezuela sou enfermeira, aqui não consegui validar meu título, mas já estamos trabalhando nisso. Por não poder trabalhar no que estudei, decidi abrir um novo negócio para ajudar no sustento da minha família, com o qual pude ajudar outros membros da família. O ofício de minha mãe e minha avó é de costura. Por meio delas, pude trabalhar fazendo máscaras durante a pandemia, e isso nos levou a pensar por que não fazer o nosso próprio negócio, a fim de ajudar nossas famílias. Pedimos ao IMDH apoio financeiro para empreender na área do vestuário feminino e infantil. Fomos atendidos pela instituição, deram-nos apoio e deram-nos os seus conhecimentos sobre o assunto, orientaram-nos para abrir um MEI e agora somos microempresários graças à ajuda que a instrução nos deu. Posso ajudar a minha família na Venezuela e também posso ajudar a outras famílias a gerar renda”, destacou Bislandia.