Os migrantes e refugiados venezuelanos terão um novo espaço de acolhida em Brasília. Nesta quinta, 4 de fevereiro, foi realizado o ato de inauguração do Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano, espaço que vai abrigar o projeto “Acolhidos por meio do trabalho”, implementado pela AVSI Brasil, em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)/Irmãs Scalabrinianas, da Fundação AVSI e da AVSI-USA, e com o financiamento do PRM e com apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que cedeu generosamente o espaço. O projeto tem o objetivo de fortalecer as ações de acolhida e integração dos migrantes e refugiados, no âmbito da Força-Tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida, liderada pelo governo federal, e tem o apoio institucional da Casa Civil da Presidência da República e do ACNUR. Parceiros da sociedade civil, assim como a OIM, juntam esforços à iniciativa.

Ir. Rosita Milesi, Fabrizio Pellicelli e Dom Joel Portella fazem o descerramento da placa inaugural | Foto: Divulgação/AVSIBrasil

A ação quer apoiar a integração socioeconômica de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil, facilitando sua interiorização de Roraima para cidades brasileiras, onde há oportunidades de trabalho, entre outras atividades. A casa Bom Samaritano nasceu a partir de uma cessão temporária da CNBB para AVSI Brasil. As pessoas acolhidas nesta Casa poderão ficar acomodados no espaço por até 3 meses, junto de suas famílias, enquanto se estruturam localmente para uma vida autônoma.

A cerimônia de inauguração foi restrita para poucos convidados respeitando os protocolos de isolamento e distanciamento destes tempos de pandemia. O diretor presidente da AVSI Brasil, Fabrizio Pellicelli, deu as boas-vindas aos presentes e manifestou sua gratidão pela parceria na realização do projeto. “Sintetizo essa ação com três palavras chaves: dignidade, trabalho e aliança, pois planejamos este espaço para que ele represente um lugar de acolhimento, belo, confortável e de harmonia, onde as pessoas podem expressar sua dignidade. Ao mesmo tempo, entendemos que é através do trabalho que as pessoas podem construir suas vidas de forma autônoma, sem esmolas. Já a aliança simboliza estreitar relações com entidades públicas, da sociedade civil e com as empresas. Não podemos pensar uma ação dessas sozinhos”, destacou Fabrizio Pellicelli.

Ir. Rosita Milesi em seu discurso durante a cerimônia | Foto: Fabrício Preto/IMDH

Irmã Rosita Milesi, diretora do IMDH, situou este projeto do Centro da Acolhida no marco da celebração jubilar da Congregação das Irmãs Scalabrinianas e falou sobre o papel relevante do projeto no reconhecimento e respeito à cidadania das pessoas que deixam seu país em busca de vida e de oportunidade no Brasil. “Acolher e integrar migrantes e refugiados é um apelo tanto do senso humanitário, humano e familiar que buscamos nutrir em nosso ser – somos a família humana – quanto do Papa Francisco que tanto tem contribuído, com ensinamentos, atos e exemplos, por esta causa dos migrantes e refugiados. “Acolher por trabalho” é o caminho para uma efetiva integração. A dignidade inerente a todo o ser humano que não deve ser reduzido ou sofrer variações apenas porque uma pessoa atravessou uma fronteira. Esperamos que essa casa seja um espaço de fortalecimento da fé, de preparação e apoio para as pessoas que aqui virão, dando-lhes condições de sentirem-se inseridas na dimensão econômica e laboral, mas muito mais do que isso, com inserção cidadã, com autonomia, na vida da comunidade”, lembrou Ir. Rosita Milesi.

Estiveram presentes e fizeram uso da palavra também José Egas, representante do ACNUR no Brasil, Stéphane Rostiaux, chefe da missão da OIM no Brasil, General Antonio Manoel Barros, chefe da Força-Tarefa Logística Humanitária da Operação Acolhida, Todd Chapman, Embaixador dos EUA no Brasil, e Dom Joel Portella, secretário-geral da CNBB.