As mídias que foram produzidas por imigrantes no estado de São Paulo desde a década de 1990 até a atualidade poderão ser conhecidas por meio de uma plataforma digital que o Museu da Imigração desenvolveu em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O trabalho complementa e atualiza o material que o Museu já mantém, com produções feitas até a década de 1980.

No acervo anterior há principalmente jornais produzidos pelas comunidades. A nova plataforma traz mídias como blogs, sites, redes sociais, vídeos, rádio webs ou mesmo cartazes, folders e impressos feitos para alguma ocasião específica, de acordo com informações de Denise Cogo, coordenadora do grupo de pesquisa Interculturalidade, Cidadania, Comunicação e Consumo (PPGCOM). É o grupo quem leva o trabalho adiante na ESPM.

A coordenadora afirma que as mídias trazem narrativas sobre a trajetória destes imigrantes, individuais e coletivas. Também são abordadas demandas de cidadania como por serviços públicos, temas de cultura, religiosidade, questões como preconceito e racismo, entre outros assuntos de interesse das comunidades.

A plataforma foi lançada no último final de semana, no dia 18 de dezembro, com 119 iniciativas cadastradas e seguirá sendo abastecida. Além de trabalhos dos imigrantes, estão cadastrados projetos de organizações mediadoras que trabalham com estes estrangeiros.

Cogo afirma que há muitas mídias de bolivianos registradas na plataforma. “Eles produzem muita mídia”, afirma. Também há projetos de africanos como congoleses, uruguaios e japoneses. Segundo a coordenadora, há poucos árabes. Entre eles está o vídeo com o trabalho artístico do sírio Salam Alsayyed, que mora em São Paulo e toca alaúde.

A ideia de atualizar a plataforma a partir da imigração mais contemporânea surgiu de Cogo, já que o grupo coordenado por ela na ESPM pesquisa o tema. O Museu da Imigração aceitou e o trabalho começou a ser feito há cerca de três anos. O processo incluiu desde o desenho da plataforma até a busca pelas mídias entre os imigrantes.

O projeto deve ajudar a dar visibilidade às mídias destes grupos, servir de fonte para pesquisas acadêmicas ou de base para análise pelos imigrantes do que está sendo feito na área. “A ideia é que sirva para quem está interessado no tema”, afirma a coordenadora do PPGCOM.

Serviço
Mídias de Imigrantes de São Paulo
Acesse: http://midiasdemigrantesdesp.com.br/

Retirado de: www.anba.com.br/noticia/21873593/servicos/plataforma-reune-midias-feitas-por-imigrantes/