“Não haverá conferência capaz de ter sentido, de contribuir para uma sociedade acolhedora e justa se as pessoas não forem acolhedoras, justas, abertas à alteridade e a convivência construtiva e intercultural” (Diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos, Ir. Rosita Milesi, MSCS)
Dia 16 de março foi marcado pela realização da Conferência Livre Nacional organizada pela Rede CLAMOR Brasil, como etapa preparatória à II COMIGRAR que terá lugar em Foz do Iguaçu/PR, entre os dias 06 e 08 de junho de 2024. Com o tema “A Rede CLAMOR Brasil com migrantes, refugiados e no enfrentamento ao tráfico humano presente na COMIGRAR”, a Conferência iniciou às 10h contando com a participação de 117 pessoas, a maioria composta por migrantes, refugiados e apátridas.
Eixos e Propostas
O encontro possibilitou debates acerca dos três eixos dentre os seis propostos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública – (MJSP): Inserção socioeconômica e promoção do trabalho decente; Regularização migratória e documental; e, enfrentamento a violações de direitos.
A mesa de abertura contou com a participação do Bispo de Ourinhos/SP e referencial para a Rede CLAMOR Brasil na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Eduardo Vieira, que agradeceu o empenho das entidades que compõe a Rede no trabalho junto às realidades e desafios de mobilidade humana.
Experiências do Evangelho
Dom Eduardo Vieira afirmou o quanto “é importante que sempre sejam oportunizados espaços, como os da Conferência Livre Nacional para compartilhar a vida e as experiências à luz do Evangelho, buscando justiça, paz e fraternidade”.
No desenvolvimento dos trabalhos do dia, depois das partilhas e discussões, cada GT pôde apresentar em plenária cinco propostas para implementação no âmbito federal as quais serão enviadas ao Ministério da Justiça especificamente à equipe organizadora da II COMIGRAR. Um dos pontos importantes da conferência foi a eleição de pré-delegados, um total de 10, sendo 3 titulares que irão participar da II COMIGRAR, e 7 suplentes.
Espaço de crescimento
Na mensagem de agradecimento, em nome da Coordenação Colegiada, a Diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos, Ir. Rosita Milesi, MSCS, sublinhou a importância de de termos presente que “não realizamos a Conferência Livre Nacional somente com o intuito de dar tarefas e propostas aos delegados para que as defendam na II COMIGRAR, mas acima de tudo, reconhecer e valorizar que o encontro foi um espaço privilegiado de crescimento individual e coletivo, comunitário e institucional”.
A religiosa ainda lembrou da “missão de acolher, no mais amplo e profundo sentido da palavra ACOLHIDA, os migrantes, refugiados e vítimas de tráfico humano, pois não haverá conferência capaz de ter sentido, de contribuir para uma sociedade acolhedora e justa se as pessoas não forem acolhedoras, justas, abertas à alteridade e à convivência construtiva e intercultural”.
Cabe ressaltar que os e as participantes vivenciaram com profundo empenho o encontro que a Conferência propiciou e contribuíram significativamente na reflexão sobre a questão migratória e seus desafios, buscou identificar lacunas que precisam ser respondidas com políticas públicas e para tal apresentaram e aprovaram diversas propostas, realistas e possíveis de serem viabilizadas, em favor da causa da migração, do refugio e da apatridia.
Por Alan Gloss via Rede CLAMOR Brasil