Projeto “Clima e Deslocamentos Humanos” promove oficinas em Brasília (DF)

O Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) avançam na implementação do projeto “Clima e Deslocamentos Humanos”, iniciativa criada para fortalecer comunidades migrantes, refugiadas e locais na compreensão dos impactos da crise climática e na construção de estratégias de adaptação. O projeto nasce do reconhecimento de que pessoas em situação de mobilidade — que vivenciam diretamente os efeitos ambientais em seus territórios de origem e acolhida — possuem saberes valiosos para enfrentar eventos extremos e desigualdades socioambientais.

A iniciativa é apoiada pelo ACNUR como parte do legado do Prêmio Nansen para Refugiados 2024, concedido à Irmã Rosita Milesi, diretora do IMDH, em reconhecimento às mais de duas décadas dedicadas à defesa e acolhida de migrantes e refugiados no Brasil. A partir dessa distinção internacional, o projeto amplia a missão das duas instituições de integrar Justiça Climática, proteção humanitária e construção de soluções comunitárias diante da intensificação dos deslocamentos induzidos pelo clima.

Oficinas acontecem em Brasília
Como parte das ações, o projeto promoverá duas oficinas formativas no Distrito Federal, reunindo refugiados, migrantes, lideranças comunitárias, agentes pastorais, estudantes e pesquisadores. As atividades terão como foco o diálogo intercultural, a troca de experiências e a proposição de ações concretas para lidar com os efeitos das mudanças climáticas.

A primeira oficina acontece no dia 28 de novembro, das 9h às 16h, na Casa Bom Samaritano – St. de Habitações Individuais Sul QI 5, Chácara 67, Brasília – DF. A segunda oficina será realizada no dia 29 de novembro, das 9h às 16h, na Universidade de Brasília (UnB) – Campus Darcy Ribeiro, Edifício Multiuso II – Térreo, Departamento de Estudos Latino-Americanos, no Mini Auditório.

Ambas as oficinas convidam os participantes para uma jornada de reflexão sobre a relação entre mudanças climáticas e deslocamentos humanos, incentivo ao intercâmbio de conhecimentos e construção conjunta de alternativas que fortaleçam a capacidade de resposta das comunidades.

Justiça Climática e Mobilidade Humana no centro do debate
O projeto parte do princípio de que a crise climática afeta de forma desigual populações que já enfrentam vulnerabilidades socioeconômicas e territoriais. No Brasil, enchentes, secas, queimadas e tempestades cada vez mais intensas evidenciam a urgência de integrar políticas de mitigação, adaptação e gestão da mobilidade humana.

Ao articular saberes comunitários — muitas vezes construídos em contextos marcados por risco climático e escassez de recursos — com apoio técnico especializado, o projeto desenvolve uma abordagem participativa que valoriza experiências de vida como ferramentas de compreensão e ação.