“A situação migratória fez surgir a oportunidade de demonstrar solidariedade”

O bispo da Diocese de Roraima e 2º vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Mário Antônio da Silva, gravou mensagem em vídeo ao Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) traçando um breve panorama do contexto migratório da região de fronteira entre o Brasil e a Venezuela.

Pandemia evidenciou crises

Dom Mário lembrou das situações de vulnerabilidade que sensibilizam a todos. “O Brasil e o mundo vivem situações de preocupação com a pandemia. Nós na América Latina vivemos a realidade da mobilidade humana, das questões migratórias. Aqui no Brasil, sobretudo no contexto de Roraima, na fronteira com a Venezuela, vivemos o fluxo migratório desde 2015, que se intensificou em 2016, 2017 e 2018, continuando em 2019. Em 2020, com a pandemia, as fronteiras foram fechadas, mas o fluxo de migrantes, de alguns, ainda continua, mesmo na impossibilidade de uma passagem legal pelas fronteiras de nossos países”, destacou o bispo.

A crise vivida em decorrência da pandemia também é evidência no Brasil. “Sabemos que a migração coloca muitas pessoas numa vulnerabilidade de vida, tendo em vista as situações sociais, a inexistência de políticas em favor dos migrantes e sobretudo pela questão da pandemia, que evidenciou para o Brasil e para o mundo algumas crises: sanitária, política, ambiental, social, e até mesmo religiosa e de convivência humana”, lembrou Dom Mário.

Oportunidade para ser mais solidário

As causas da mobilidade humana, segundo Dom Mário, devem trazer questionamentos para a sociedade e para os agentes públicos. “A situação migratória fez surgir para Roraima, também para o Brasil e o mundo, uma oportunidade de demonstrar solidariedade. É claro que as causas da migração nos preocupam e trazem vários questionamentos, que precisam ser abordados com profundidade, tendo em vista a dignidade do ser humano e sobretudo de pessoas e famílias que estão em questão nesta mobilidade humana, que as vezes passa desapercebido para o mundo e até para a grande mídia. Por isso, esse momento é de reflexão e ao mesmo tempo de esperança, para que possamos, de acordo com as leis migratórias, em nível nacional e mundial, pontuar ajudas concretas às pessoas em questão”.

Instituições foram parceiras no acolhimento dos migrantes

“Destaco aqui, dentre muitos parceiros, o Instituto de Migrações e Direitos Humanos, que tem atuado aqui em Boa Vista (RR), também na fronteira, em Pacaraima, em comunhão com toda a instituição em Brasília, e de Brasília para o Brasil e o mundo, com outras entidades para auxiliar os migrantes nesse seu momento de chegada, mas também de integração, onde buscam, com esperança, trabalho, comida, moradia e oferecer aquilo que eles têm de qualidade na sua formação, de potencialidade na sua vida humana”, destacou Dom Mário.

Confira o vídeo na íntegra: