Casa Bom Samaritano celebra seu primeiro ano de existência

No dia 4 de fevereiro o Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano celebra seu primeiro ano de funcionamento. No espaço localizado em Brasília (DF) é realizado o projeto “Acolhidos por meio do trabalho”, implementado pela AVSI Brasil, em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)/Fundação Scalabriniana, Fundação AVSI e AVSI-USA, com o financiamento do PRM e com apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que cedeu generosamente o espaço.

A Casa Bom Samaritano tem por missão ser um local de acolhida e integração de famílias migrantes e refugiadas, oferecendo assistência humanitária, laboral e sociocultural, no apoio à integração local das pessoas acolhidas. O acolhimento se estende por até 3 meses.

Conheça mais sobre a casa

Após sua inauguração em fevereiro de 2021, o Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano recebeu grupos de famílias, onde tanto os pais quanto as crianças têm uma oportunidade específica de atendimento, visando seu desenvolvimento humano integral. Para isto, um programa especial vem sendo desenvolvido, onde todos os membros da família recebem atenção em várias dimensões: formação, atenção integral às crianças, capacitação para o trabalho, acompanhamento em casos de alguma enfermidade ou necessidade de atenção à saúde, momentos diários de oração, atenção psicológica e orientação jurídica. A casa oferece um trabalho integral e organizado com metodologia de co-gestão, isto é, os acolhidos participam a fim de que este período de vivência ofereça às pessoas oportunidade de participar num processo metodológico colaborativo.

A Casa possui 94 leitos. Contudo, a capacidade de acolhimento das famílias comporta que se destine um quarto (com 6 leitos) para cada família, independentemente do número de pessoas que compõem a família. Isto significa que o número de pessoas acolhidas normalmente não é o correspondente ao número de leitos. Esta metodologia de uma família em cada quarto, embora isto possa representar que leitos fiquem temporariamente desocupados, é muito importante para respeitar a individualidade e a privacidade que o grupo familiar necessita e merece como princípio de respeito a um espaço digno para a intimidade de cada família.

Os migrantes e refugiados acolhidos são oriundos dos estados do Amazonas e Roraima, diretamente para o Centro de Acolhida. O Centro não é um abrigo aberto à população, mas um projeto específico, com programação e metodologia apropriadas, para integrar famílias que se encontram nos referidos estados e que buscam uma oportunidade de inserção em localidades diversas no país, e que isto se insira no projeto “Acolhidos por meio de Trabalho”, de modo a viabilizar sua inserção laboral e autonomia cidadã.

Experiência de fraternidade

Paulo Heider Tavares, coordenador da Casa Bom Samaritano, lembra o caminho de crescimento vivido pela equipe da Casa neste período. “Este primeiro ano de atividades na Casa Bom Samaritano trouxe um crescimento pessoal para mim e para toda a equipe envolvida. Foi e está sendo um grande aprendizado desenvolver ações que transformam a vida dessas pessoas. Aqui nós percebemos a ação misericordiosa do Pai e, ao mesmo tempo, sinto-me provocado a uma abertura total para acolher e servir os mais necessitados”, destaca o coordenador.

O IMDH é parceiro neste projeto. Sua colaboração se estende nas diversas áreas e serviços. Ir. Rosita Milesi, diretora do IMDH, expressa que “a Casa Bom Samaritano é um espaço muito especial, agradável à alma e ao coração, espaço de fraternidade. Se dedicar-nos ao serviço de migrantes e refugiados já é uma ação profundamente humanitária, estar ao lado, muito próximos, convivendo e partilhando o dia a dia é um aprendizado, é uma oportunidade que Deus nos dá e que a missão nos propicia de dar um pouco de nós e receber muito deles para nosso crescimento e para, juntos, buscarmos espaços e condições de vida com dignidade e autonomia para estas pessoas em busca de segurança, alimento e paz”.