O Comitê Nacional para Refugiados (CONARE), vinculado ao Ministério da Justiça, em sua reunião plenária do dia 25 de outubro – data da celebração dos 139 anos da Congregação das Irmãs Scalabriniainas – prestou homenagem à Irmã Rosita por ter sido agraciada com o Prêmio Global Nansen de Refugiados 2024, do ACNUR.
O Presidente do CONARE reiterou a saudação já expressa anteriormente, quando de sua presença na premiação, dia 14 de outubro, em Genebra. Também saudaram e cumprimentaram Ir. Rosita o Diretor da Caritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, Mons. Manuel Manangão, o vice-diretor da Caritas Arquidiocesana de São Paulo, Pe. Marcelo Maróstica, o representante do Ministério Público, Dr. André de Carvalho Ramos, a representante do Ministério das Relações Exteriores, Dra. Isabel Soares da Costa, entre várias outras manifestações de apreço pela trajetória de trabalho junto aos refugiados, deslocados e apátridas. Por este serviço de mais de 35 anos, graças a tantos apoios, recebi o referido prêmio.
Em nome do CONARE, a representante do ACNUR assim saudou Ir. Rosita:
“Sua trajetória é um farol de esperança e um testemunho do poder transformador da compaixão e da solidariedade
• Com o Prêmio Nansen, reconhecemos não apenas a trajetória individual da Irmã Rosita, mas também o trabalho de todos aqueles que dedicam suas vidas a construir um mundo mais justo e acolhedor para as pessoas refugiadas.
• Irmã Rosita influenciou na adoção de uma lei de proteção de refugiados que inclui a definição ampliada, na nova legislação migratória de 2017, no fortalecimento da atenção a migrantes e refugiados no Brasil, e na promoção de redes de proteção, incluindo a RedeMir que reúne cerca de 70 organizações.
• Apresentação emotiva do Alto na Cerimônia do Nansen: Reconheceu, em nome do ACNUR, todo o percurso de Irmã Rosita e destacou, ao pensar na trajetória dela, a solidariedade, o olhar para soluções, a coragem. Tudo que o mundo de hoje precisa. Em sua fala, destacou que vimos infelizmente testemunhando um mundo com muitos líderes medíocres, incapazes de fazer a paz, e convidou a todos a contrastar esse cenário com a coragem de pessoas como a Irmã Rosita. Irmã Rosita e as demais mulheres homenageadas pelo Nansen este ano representam o verdadeiro tipo de liderança de que precisamos hoje.
Informações sobre o Prêmio:
• O Prêmio Nansen foi criado em 1954 e recebeu este nome em homenagem aos trabalhos do humanitário, cientista, explorador, diplomata norueguês e primeiro Alto Comissário para os Refugiados, Fridtjof Nansen, sendo uma premiação que reconhece e celebra os trabalhos de indivíduos, grupos ou organizações, prestado aos refugiados.
• Em 1954 o primeiro prêmio Nansen foi entregue a Eleanor Roosevelt, a primeira presidente da Comissão de Direitos Humanos da ONU e Primeira-Dama dos Estados Unidos, ao lado do presidente Franklin D. Roosevelt. Outros ganhadores incluem Angela Merkel e Paulo Evaristo Arns.
• Em caráter inédito, o ano de 2024 marca o reconhecimento da atuação de mulheres no contexto humanitário, destacando seu papel crucial na busca de soluções para que as pessoas deslocadas de forma forçada em todo o mundo estejam protegidas e integradas nas comunidades de acolhida”.
Ir. Rosita, agradeceu as manifestações de apreço e expressou emocionado agradecimento com as seguintes palavras:
“Reitero o que manifestei por várias vezes que essa premiação não se assenta na história de uma pessoa. Não é uma celebração da minha trajetória, de mais de 30 anos nesta causa, mas, sim, uma comemoração em sentido mais amplo: é um alento e uma homenagem a cada pessoa, instituição ou órgão público que trilhou comigo esse caminho, a cada migrante, a cada refugiado e refugiada, a cada criança em cujo sorriso inocente encontrei energias para seguir lutando. Essa celebração é a coroação do empenho que cada ator emprestou com suas energias para construir um mundo melhor, a cada voluntário e voluntária que emprestou seu tempo, a cada qual que doou o que tinha para aliviar a dor e suprir as dificuldades de um refugiado, de uma refugiada.
Esse prêmio foi uma vitória de todos e todas nós, mesmo daqueles que dispuseram de sua fé e de seu coração aberto e torceram por mim e pelo IMDH, por esta causa que abraçamos ao longo desse período, para que tivéssemos forças para superar as dificuldades e responder a muitos desafios.
Atribuo à importância do Prêmio Nansen o fato de que pudemos colocar em evidência os refugiados e refugiadas, os migrantes e apátridas, esses milhares de pessoas muitas vezes invisibilizadas na sociedade. Elas merecem todas as homenagens, são a razão de ser de nosso trabalho”.