Na manhã desta quinta-feira (20/2), o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)/Fundação Scalabriniana recebeu a visita do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes – o atual decano da Corte, a mais elevada instância do Judiciário no país. Ele foi recebido pela diretora do IMDH, Irmã Rosita Milesi, e pela equipe que atua na instituição na sede do Instituto localizada no Varjão, em Brasília, no Distrito Federal.
Mendes destinou uma doação financeira importante para o IMDH e, há alguns dias, havia manifestado o interesse em conhecer o trabalho em favor de migrantes e refugiados exercido pela instituição. Irmã Rosita o recebeu e apresentou os espaços de atendimento ao público. O ministro do STF teve contato com alguns migrantes que estavam sendo atendidos e, em seguida, a comitiva se encaminhou para a biblioteca onde a diretora do IMDH e colaboradores ofereceram informações sobre a história da instituição e o tipo de auxílio que é oferecido, bem como apresentando o expressivo volume de pessoas refugiadas e migrantes que o IMDH acolhe e atende.
“Como uma nação aberta aos refugiados, nós não devemos importar problemas que hoje existem mundo afora, de restrições e de dificuldade. Por contrário, nesse grande Brasil, que é extremamente generoso, essa generosidade também se deu em relação aos nossos amigos, vizinhos, necessitados, que vem buscando nosso país através do Estado de Roraima (oriundas da Venezuela). Acho que é um bom exemplo e nós devemos prosseguir nesse trabalho, acolhendo aqueles que de alguma forma encontram dificuldades nos seus países de origem”, comentou o decano do STF.
Mendes disse que uma professora de língua espanhola que lhe ensina o idioma apresentou a ele as melhores referências do IMDH. Diante de um desfecho positivo em um processo judicial movido por ele, Mendes havia prometido destinar os recursos a uma instituição que presta serviços relevantes à sociedade – tendo sido o IMDH o escolhido.
Superar um momento desafiador
Irmã Rosita, por sua vez, trouxe uma mensagem de que o momento atual, para as causas humanitárias e em especial àquelas relacionadas à assistência a migrantes e refugiados, é bastante desafiador: ao mesmo tempo em que o financiamento está mais difícil, a demanda por auxílio se amplia principalmente pelas intempéries climáticas, as guerras e a fome, flagelos de nosso tempo. Diante desse estado de coisas, a diretora do IMDH fez um apelo à solidariedade e à efetiva acolhida nas relações.
“Frequentemente, vemos os países buscando beneficiar-se com a mobilidade das mercadorias e do dinheiro, da riqueza, mas não aceitam a mobilidade das pessoas que isso acarreta. O Papa Francisco nos tem ensinado e dado exemplo a toda a hora, insistindo na acolhida, proteção e integração destas pessoas que, apesar de terem perdido tudo, ainda chegam com esperança de recomeçar e de reconstruir um caminho de vida com dignidade. Ele fala que acolher as pessoas que fogem da guerra e da fome é um ato de humanidade”, destacou.
Ela agradeceu ao ministro do STF pelo interesse na instituição e na missão que realiza. “Tão importante quanto a ajuda material que o senhor nos traz, que foi mandada por Deus neste momento, é um prazer muito grande recebê-lo. O senhor dedicar seu tempo a nos conhecer, a ver e apoiar nosso trabalho é algo igualmente de imenso valor”, concluiu Rosita.
O ministro se disse muito sensibilizado e motivado diante do trabalho realizado e aproveitou para parabenizar a equipe do IMDH. Ele destacou a qualidade do atendimento e das atividades propostas pela instituição tanto na sede de Brasília, quanto em Roraima, assim como na Casa Bom Samaritano, junto à comunidade de migrantes indígenas e outras parcerias.
Além da doação feita por Mendes, o escritório de advocacia que moveu a ação também destinou seus honorários correspondentes à causa para o IMDH.