Jovens venezuelanos deixam seu país em busca de um futuro melhor no exterior

Mais de cinco milhões de pessoas deixaram a Venezuela e delas mais da metade tem menos de 35 anos e a grande maioria tem baixo nível educacional.

Cerca de 60% dos migrantes venezuelanos na América Latina e no Caribe têm menos de 35 anos e mais de 50% não têm parceiro, indicou relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) apresentado esta quinta-feira, 27 de agosto..

A pesquisa foi aplicada ao longo de 2019 pelo Migration Policy Institute (MPI) a quase 33 mil migrantes venezuelanos na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago e Uruguai.

A crise generalizada na Venezuela fez com que mais de cinco milhões de seus habitantes abandonassem o país nos últimos anos, dos quais quatro milhões chegaram a nações da América Latina e do Caribe, segundo dados da OIM e do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

Educação
Essas informações são fundamentais para “tomar decisões de política pública e lidar melhor com a questão da migração venezuelana, principalmente agora com a chegada da COVID-19”, disse o especialista em política migratória na América Latina do MPI Diego Chaves.

De acordo com a pesquisa realizada no Brasil, Colômbia, Guiana e Trinidad e Tobago, países que fazem fronteira com a Venezuela, os migrantes venezuelanos são jovens, solteiros e têm baixo nível educacional.

No Equador e no Peru, os migrantes também tendem a ser jovens e mais da metade eram solteiros, mas com níveis de escolaridade mais elevados: 20% dos entrevistados em ambos os países disseram ter ensino superior ou superior, enquanto o nível técnico afirmou ter 19% em o primeiro e 15% no segundo.

Os deslocados para destinos mais distantes como Argentina, Chile, Costa Rica, Paraguai e Uruguai caracterizam-se por apresentar alto nível de escolaridade, já que mais da metade dos pesquisados ​​afirmou ter pós-graduação ou mestrado.

Perigos de passagem
“Os maiores riscos para migrantes e refugiados da Venezuela estão associados a longos períodos de trânsito e os graves perigos são exploração e abuso, exposição a temperaturas extremas, longas horas em terrenos inóspitos, discriminação, rejeição e até perseguição”, disse o Representante Conjunto do ACNUR-IOM para Refugiados e Migrantes Venezuelanos, Eduardo Stein.

Os principais desafios durante as viagens foram a falta de recursos financeiros, a falta de alimentos, a falta de um lugar para dormir, entre outros. Na Colômbia, 91% dos entrevistados disseram que tiveram problemas financeiros durante as viagens, e 80% dos entrevistados na Guiana expressaram preocupação com a insegurança alimentar.

Eles não querem voltar para a Venezuela
Menos de 5% dos entrevistados no ano passado, antes da crise do COVID-19, disseram não ter planos de retornar à Venezuela, com exceção apenas dos da Colômbia, onde 17% disseram ter planos de voltar. .

Dos entrevistados no Chile, 100% queriam ficar lá, o mesmo que na Guiana com 98%, na Costa Rica (97%), Brasil (96%), Uruguai (95%), no Paraguai (93%), na Argentina (91%) e Trinidad e Tobago (87%).

Mais de 50% dos entrevistados que enviaram recursos para casa enviaram dinheiro, mas também remédios, alimentos e outros recursos, e a maioria usou serviços informais de transferência para enviar remessas, exceto no Equador, onde 50% usaram transferências bancárias.

Fonte: El Periódico