“O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados iniciou seus trabalhos em 1951 com o desafio específico de proteger e encontrar soluções para os deslocados europeus da II Guerra Mundial.
“O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados iniciou seus trabalhos em 1951 com o desafio específico de proteger e encontrar soluções para os deslocados europeus da II Guerra Mundial.
Hoje, o contexto mundial é diferente e a proteção aos refugiados é muito mais complicada. Velhas barreiras para o deslocamento humano caíram e surgiram novos padrões de circulação, incluindo formas de deslocamento forçado que não foram previstas pela Convenção das Nações Unidas para Refugiados de 1951.
Os conflitos atuais podem ser motivados pela política, mas olhando mais profundamente percebemos que podem ser gerados também pela pobreza, governança insatisfatória ou alterações climáticas, levando a uma competição por recursos cada vez mais escassos. As recentes crises dos alimentos e do combustível tiveram um efeito imediato e dramático sobre os pobres e os despossuídos, incluindo os refugiados e deslocados internos. O aumento extremo dos preços tem gerado instabilidade e conflitos em muitos lugares, com o potencial real de desencadear deslocamentos massivos.
Esses novos desafios tornam muito importante o estabelecimento de maneiras para direcionar as complexas causas crescentes do deslocamento. E a melhor solução é a prevenção. Temos que entender melhor o que provoca o deslocamento, qual é a razão da incapacidade dos Estados em proporcionar aos cidadãos segurança física, material ou jurídica.
Na agência da ONU para refugiados, focamos nosso trabalho na proteção dos direitos e no bem-estar dos refugiados. Isto inclui assegurar aos que fogem de perseguições e violência o acesso à segurança e assistência humanitária, assim como o apoio a longo prazo durante o exílio e a busca de eventuais soluções duradouras para que sejam capazes de reconstruir suas vidas.
Porém o nosso trabalho está se tornando cada vez mais difícil em muitas partes do mundo. Em alguns países, os esforços para controlar a migração ilegal estão dificultando a distinção adequada entre aqueles que optam por sair e aqueles que são obrigados a sair do país por causa da perseguição ou da violência. Frequentemente testemunhamos situações em que refugiados são impedidos de atravessarem a fronteira de países onde esperavam encontrar segurança e refúgio.
As questões de refúgio e imigração nem sempre são abordadas de uma forma racional, eqüitativa ou eficaz. As pessoas nos países ricos devem estar cientes de que a maior parte dos refugiados do mundo encontram-se nos países em desenvolvimento, e alguns dos maiores movimentos migratórios têm lugar no sul. Muitas nações em desenvolvimento têm mostrado enorme generosidade em aceitar os refugiados e merecem muito mais apoio e solidariedade.
Nesse Dia Mundial do Refugiado, gostaria de fazer tributo a todos aqueles que foram deslocados de maneira forçada e aos muitos trabalhadores humanitários que os ajudam. Os refugiados mostram enorme coragem e perseverança em enfrentar grandes dificuldades em recontruir suas vidas. Garantir que os refugiados obtenham a proteção que merecem é uma causa nobre porque os direitos dos refugiados são direitos humanos – direitos que pertencem a todos nós.
Obrigado.