Estamos às vésperas de celebrar a 109ª Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado, no próximo dia 24 de setembro, com o lema “Livres de escolher se migrar ou ficar” escolhido pelo Papa Francisco. Para colaborar com as reflexões que este dia nos provoca, Ir. Janete Aparecida Ferreira, mscs, conselheira e animadora geral do Apostolado das Imãs Scalabrinianas, enviou uma mensagem a todos as Irmãs, Formandas e Leigos Missionários Scalabrinianos.
Roma, 24 de setembro de 2023
Prot. nº 32/2023/AGA
Assunto: Mensagem para a Jornada Mundial dos migrantes e dos refugiados
“Livres de escolher se migrar ou ficar.” Papa Francisco
Estimadas Irmãs, Formandas e Leigos Missionários Scalabrinianos
Com o lema “Livres de escolher se migrar o ficar” escolhido pelo Papa Francisco, celebraremos a 109ª Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado no dia 24 de setembro de 2023. Com esse tema
o Papa quer recordar que a experiência de Jesus Cristo deslocado e refugiado junto com seus pais no Egito não foi fruto de uma escolha livre: «O anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para o matar”» (Mt 2, 13). “Na sua fuga para o Egito, o menino Jesus experimenta, juntamente com seus pais, a dramática condição de deslocado e refugiado, marcada pelo medo, incerteza e dificuldades”1.
Em sua mensagem o Papa Francisco traz presente que “os migrantes fogem por causa da pobreza, do medo, do desespero” e destaca que algumas das causas mais visíveis da migração são “perseguições, guerras, fenômenos atmosféricos e miséria”. Nesse sentido, o Santo Padre indica que “é necessário um esforço conjunto de cada país e da comunidade internacional para assegurar a todos o direito de não ter que emigrar, ou seja, a possibilidade de viver em paz e com dignidade em sua própria terra”.
O Papa também pede “reconhecer no migrante e refugiado não só um irmão ou irmã em dificuldade, mas o próprio Cristo que bate à nossa porta” e acrescenta que “enquanto trabalhamos para que toda a migração possa ser fruto de uma escolha livre, somos chamados a ter o máximo respeito pela dignidade de cada migrante”. “Onde quer que decidamos construir o nosso futuro – no país onde nascemos ou fora dele, o importante é que lá haja sempre uma comunidade pronta a acolher, proteger, promover e integrar a todos, sem distinção nem deixar ninguém de fora”.
Os atuais fluxos migratórios são um fenômeno complexo e articulado, e uma vez mais, somos convidados à construção de pontes e não de muros para ampliar canais de permitam uma migração segura e regular. “Só caminhando juntos é que poderemos ir longe e alcançar a meta comum da nossa viagem”, escreve Francisco, pedindo que a todos seja assegurado “um direito ainda não codificado mas de fundamental importância”, que é “o direito de não emigrar, ou seja, a possibilidade de viver em paz e com dignidade na sua própria terra”.
Hoje, mais que nunca, como Irmãs Missionárias Scalabrinianas e Leigos Missionários Scalabrinianos, somos chamados a ler, interpretar e responder a muitos dos desafios que acompanham a globalização e a aceleração da mobilidade humana, apoiando – nas pegadas do fundador – múltiplas áreas de compromisso pastoral e assistência aos migrantes e refugiados e suas famílias; pesquisa e divulgação; formação de leigos e religiosos; mobilização para os direitos dos migrantes e refugiados e incidência com os governantes e atores da sociedade civil.
Podemos captar a extraordinária atualidade do pensamento e da obra de Scalabrini, tanto no plano pastoral como no plano político e científico. Hoje, como então, vivemos de fato uma mudança de época que afeta a organização da economia, as relações entre os Estados, a concepção de democracia, o papel da religião na esfera pública, e a vida dos migrantes.
Em unidade com a superiora geral, em visita canônica à Província Maria Mãe dos Migrantes, peçamos que o Senhor, por intercessão de nosso fundador, São João Batista Scalabrini, nossos Cofundadores, a Bem-aventurada Assunta Marchetti e o Venerável Pe. José Marchetti; e o patrono, São Carlos Borromeo, nos inspire a responder aos desafios apresentados pelo Papa Francisco em sua mensagem para este dia, como sinal de nosso compromisso na Igreja no serviço aos migrantes e refugiados, deixando que ecoe fortemente em nossos corações, o que nos diz o Papa: “Cada migrante não é só um irmão ou irmã em dificuldade, mas, é o próprio Cristo que bate à nossa porta”.
Em comunhão de preces,
Ir. Janete Aparecida Ferreira, mscs
Conselheira e Animadora geral do Apostolado,
Conselheiras e Secretária Geral