O Centro de Acolhida “Casa Bom Samaritano” celebrou seu segundo ano de funcionamento com uma missa em ação de graças presidida na terça-feira, 28 de fevereiro, pelo subsecretário adjunto geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Patriky Samuel Batista.
Local de acolhida e integração de famílias migrantes e refugiadas, a Casa Bom Samaritano oferece assistência humanitária, laboral e sociocultural, no apoio à integração local das pessoas acolhidas.
“Nesses dois anos de serviços prestados aos irmãos migrantes, por meio da Casa Bom Samaritano, foram atendidas várias pessoas, dentre essas muitas crianças. E a presença da CNBB lá enquanto parceira também se faz por uma assistência religiosa, seja na celebração da Santa Missa e também da escuta da vida e da história de cada um deles”, afirma o padre Patriky.
Padre Patriky comenta que sua experiência é fazer “do coração um abrigo para escutar as histórias, reanimar a esperança, para que cada pessoa acolhida e cuidada possa reencontrar o caminho de uma vida com mais dignidade e compromisso com os outros”.
Irmã Rosita Milesi, diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), que também colabora em diversas áreas e serviços na Casa Bom Samaritano, salientou a gratidão de celebrar os dois anos com a alegria de ver que todas as famílias que passaram por lá foram bem acolhidas .
“Celebramos com gratidão a Deus estes dois anos com a alegria de ver que todas as famílias que estiveram na Casa Bom Samaritano dela saíram com a tranquilidade de ter no conjunto familiar pelo menos uma pessoa com emprego, além de outros apoios materiais e, também, com toda a situação regular tanto documental quanto de acesso aos benefícios sociais”, lembrou.
A irmã Rosita salientou, ainda, que nestes dois anos de funcionamento, a Casa acolheu pouco mais de duzentas famílias. Pais, mães, crianças, adolescentes viveram dias felizes, momentos de oração, de lazer, de aprendizagem, de capacitação, de vivência da fé, de convivência fraterna e também de administração de alguns conflitos ou momentos de tensão, próprios da convivência humana.
“Os acolhidos participaram ativamente no sistema de cogestão junto às instituições AVSI Brasil, IMDH e CNBB, desfrutando dos bons momentos e também partilhando as preocupações e a busca conjunta de soluções para encontrar o melhor modo e a adequada metodologia construtiva deste caminhar buscando propiciar o desenvolvimento humana das pessoas, rumo à integração das famílias”, disse.
Conheça mais sobre a Casa Bom Samaritano
Após sua inauguração em fevereiro de 2021, o Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano recebeu grupos de famílias, onde tanto os pais quanto as crianças têm uma oportunidade específica de atendimento, visando seu desenvolvimento humano integral. Para isto, um programa especial vem sendo desenvolvido, onde todos os membros da família recebem atenção em várias dimensões: formação, atenção integral às crianças, capacitação para o trabalho, acompanhamento em casos de alguma enfermidade ou necessidade de atenção à saúde, momentos diários de oração, atenção psicológica e orientação jurídica. A casa oferece um trabalho integral e organizado com metodologia de co-gestão, isto é, os acolhidos participam a fim de que este período de vivência ofereça às pessoas oportunidade de participar num processo metodológico colaborativo.
A Casa possui 94 leitos. Contudo, a capacidade de acolhimento das famílias comporta que se destine um quarto (com 6 leitos) para cada família, independentemente do número de pessoas que compõem a família. Isto significa que o número de pessoas acolhidas normalmente não é o correspondente ao número de leitos. Esta metodologia de uma família em cada quarto, embora isto possa representar que leitos fiquem temporariamente desocupados, é muito importante para respeitar a individualidade e a privacidade que o grupo familiar necessita e merece como princípio de respeito a um espaço digno para a intimidade de cada família.
Os migrantes e refugiados acolhidos são oriundos dos estados do Amazonas e Roraima, diretamente para o Centro de Acolhida. O Centro não é um abrigo aberto à população, mas um projeto específico, com programação e metodologia apropriadas, para integrar famílias que se encontram nos referidos estados e que buscam uma oportunidade de inserção em localidades diversas no país, e que isto se insira no projeto “Acolhidos por meio de Trabalho”, de modo a viabilizar sua inserção laboral e autonomia cidadã.
Fonte: CNBB