Artigo | Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2020

Por Ir. Rosita Milesi*

Celebramos datas significativas, as mais variadas, em nossa vida pessoal, na sociedade, no mundo. Ajudam-nos ou alertam-nos sobre fatos, eventos, realidades. O dia 27 de setembro de 2020 está nesta agenda da atenção humanitária que se efetiva na acolhida, proteção, promoção e integração dos migrantes e refugiados, assim como para todos aqueles e aquelas voltados ou dedicados a esta população em mobilidade.

Os cinco pares de verbos da mensagem do Papa Francisco para celebrar esta data são um programa de vida e ação, bastante objetivo e realista, que somos convidados a adotar e seguir: “É preciso conhecer para compreender”, “É necessário aproximar-se para servir”, “Para reconciliar-se é preciso escutar”, “Para crescer é necessário partilhar”, “É preciso coenvolver para promover”, “É necessário colaborar para construir” (Mensagem 2020).

Neste momento em que o mundo enfrenta a pandemia COVID-19, preocupações e angústias adicionais acometem a população e agravam o cenário de todos e todas, mas especialmente e sobremaneira a vida das populações mais vulneráveis, entre as quais estão os refugiados e migrantes. O Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, expressa também seu veemente apelo global de combate ao discurso de rejeição difundido paralelamente à propagação da COVID-19. Sabemos o quanto a pandemia desencadeou solidariedade, generosidade, mas, por outro lado, não podemos fechar os olhos às manifestações de indiferença, à falta de sensibilidade, à xenofobia, a culpabilização dos migrantes e refugiados pela disseminação do vírus, ou ainda acreditar que determinados grupos humanos podem ser “dispensáveis” para a sociedade.

Ao retomar a edição do “Informes e Partilhas”, o IMDH reitera seu compromisso de cuidar daqueles e daquelas que têm fome de comida e de dignidade, dos migrantes e refugiados que não têm trabalho e que lutam para não definhar, para não esmorecer, pois querem, como anseio de toda a pessoa humana, sustentar-se, viver, avançar, reconstruir seu caminho, afetado por questões que eles e elas não lhes deram causa. Migrar é um direito. Acolher e integrar plenamente é causa e missão de todos.

* Diretora do IMDH