Construir junto aos migrantes e refugiados a tão desejada independência. Esse é o norte do trabalho que o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)/Fundação Scalabriniana tem buscado apoiar e promover este público. A autonomia e a independência para migrantes e refugiados podem ser conquistadas de várias formas – e para muitas delas o IMDH/Fundação Scalabriniana desenvolve ações de apoio: seja através do suporte para que os migrantes e refugiados obtenham a documentação, seja viabilizando o acesso das crianças à escola, seja articulando empresas para disponibilizar vagas de trabalho, seja apoiando com capital semente para que possam desenvolver seus projetos de geração autônoma de renda.
O apoio a essas pessoas é um processo que traz benefícios não só a elas, mas também ao país que acolhe. A revalidação de diplomas, por exemplo, daria ao Brasil uma injeção de qualidade no mercado de trabalho. Nas palavras de uma refugiada venezuelana, “a revalidação nos permitiria contribuir mais e melhor com este país que nos acolhe, pois dedicaríamos a ele nossa qualificação e competências”.
Incentivar a capacidade produtiva dessas pessoas, porém, vai além da validação dos diplomas. As mulheres migrantes e refugiadas recém-chegadas ao Brasil não raro estão incumbidas de manter seus lares e cuidar de suas crianças, o que dificulta ainda mais o ingresso ao mercado de trabalho. Para esse público específico, o IMDH/Fundação Scalabriniana, com apoio da Hilton Foundation for Sisters, desenvolveu uma ação em Boa Vista (RR), destinando “Capital Semente”, recursos de capital inicial para seis mulheres empreenderem, podendo assim garantir o sustento para si e suas famílias.

A diretora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), Irmã Rosita Milesi, e a equipe do Instituto, viabilizaram a iniciativa, contando com a colaboração fundamental da consultora do IMDH Solidário, Irmã Valdiza Carvalho, e a coordenadora Nelly Aparicio, ambas atuando na capital de Roraima.
Para Irmã Rosita, a resposta das mulheres migrantes e refugiadas ao projeto é positiva e inspiradora. “Temos muito a agradecer pelos apoios recebidos. Acima de tudo, obrigada às empreendedoras que lutam intensamente para reconstruir sua vida no Brasil. Coloquemo-nos na vida destas pessoas, pois em suas histórias, angústias e sonhos encontramos um alento, quando parecem faltar as forças para superar as dificuldades. Os refugiados, refugiadas e migrantes nos ensinam o que é a esperança de dias melhores e reforçam a disposição de lutar por eles incansavelmente”, afirma a diretora do IMDH.
Ir. Valdiza, por sua vez, avalia que o projeto tem uma função pedagógica e de aumento da autoestima que pode fazer a diferença na adaptação dessas pessoas. “Este projeto é muito importante para a vida das mulheres migrantes porque reforça o potencial que elas têm de autogestão de seu empreendimento. As ajuda a acreditar que podem aumentar a renda familiar e a autoestima e as faz crescer como empreendedoras. É também uma oportunidade para que, na prática, aprendam sobre economia doméstica e popular”, afirma.
A coordenadora do IMDH Solidário, Nelly Aparicio, lembra que este projeto possibilita promover em cada uma dessas mulheres seu desenvolvimento humano e sua transformação social. “Os projetos geração de autônoma de renda implementados em Roraima apoiaram 6 mulheres migrantes venezulanas a iniciarem seu próprio negócio no mercado de trabalho, gerando sua própria renda para que possam ser autônomas, empoderadas e se sentirem pessoas úteis, que contribuem para melhorar a sociedade e podem sustentar suas familias”, destacou Nelly.