Voluntariado internacional fortalece parceria e trabalho humanitário do IMDH

Em agosto deste ano, o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), em colaboração com a Fundação Scalabriniana e a Federazione degli Organismi di Volontariato Internazionale di Ispirazione Cristiana (FOCSIV), recebeu quatro voluntárias italianas: Francesca Bognini, Alessia Elia, Benedetta Spadoni e Caterina Pastorutti. Esse programa de voluntariado oferece uma oportunidade única para aqueles que desejam se envolver em serviços sociais e ações humanitárias em diversas partes do mundo.

Alessia e Benedetta acolhidas pela equipe do IMDH em Roraima

No contexto da parceria entre o IMDH e a Fundação Scalabriniana, as jovens voluntárias irão contribuir para o atendimento, apoio e integração de migrantes e refugiados no Brasil. Essa colaboração com instituições parceiras não só permite que as voluntárias partilhem suas valiosas habilidades, como também enriquece seu entendimento sobre a realidade migratória no Brasil, explorando os desafios, potencialidades e políticas que o país oferece a migrantes e refugiados. A experiência, além de beneficiar diretamente as pessoas atendidas pelo IMDH em Brasília e Roraima, promove o crescimento pessoal e profissional das voluntárias e da equipe local, graças ao intercâmbio cultural, linguístico e operacional, gerando impacto positivo para todos os envolvidos.

As voluntárias compartilham suas impressões iniciais:

As voluntárias Alessia e Benedetta visitam o centro de sustentabilidade, em Boa Vista (RR)

Alessia Elia expressou sua experiência nos primeiros dias em Boa Vista, Roraima:
“Resumir em poucas linhas a minha curtíssima experiência aqui em Roraima é mais difícil do que eu pensava. Estamos há poucos dias nesta terra distante, mas a profundidade das experiências que estamos a viver é tão forte que já haveria muito para contar. Depois de muitas horas de avião, o acolhimento da Ir. Rosita, da Nelly e da Adriana deu-me todo o calor de que precisava para acalmar o atordoamento que uma viagem tão longa provoca. E assim, com o espírito sereno, descontraído e extremamente curioso, a nossa experiência em Boa Vista continuou na “Casa dos Padres missionários”, um oásis imerso na natureza. Os meus olhos, o meu corpo, todos os meus sentidos precisavam de absorver toda a energia que só a natureza pode dar, por isso não teria gostado nada mais do que passar os primeiros dias num lugar tão maravilhoso. Por outro lado, aventurarmo-nos na cidade era mergulhar numa realidade completamente nova; foi como aprender a andar pela primeira vez. Tudo o que vejo à minha volta é tão distante e diferente do que conheço e estou habituado a ver que acho que vai demorar algum tempo até conseguir compreender o que me rodeia. Esta sensação de desorientação exige muita energia, mas ao mesmo tempo encoraja-me muito a desafiar-me e a ser paciente. A abordagem ao trabalho que vou fazer como voluntária tem sido positiva, os colegas têm sido muito prestáveis e acolhedores desde o início, os colegas foram muito prestáveis e acolhedores desde o início, acompanhando-nos em todas as atividades que uma pessoa que acaba de chegar a uma nova cidade tem muitas vezes de fazer sozinha. Além disso, o ambiente da Consolata onde servimos é tão rico em rostos, histórias, caminhos diferentes, corpos em movimento, VIDA, que é difícil descrever o que sinto quando lá estou. Estou muito confiante na minha estadia aqui, tenho definitivamente muito para aprender e compreender, sei que tenho de ser paciente e que em breve poderei “andar sozinha”.

Benedetta Spadoni compartilhou suas impressões após os primeiros dias em Roraima:
“Meus primeiros dias em Roraima foram muito agitados. Eu e minha companheira fomos bem recebidas pela Irmã Rosita, pela Nelly e pelas demais meninas do escritório, que estão sempre muito disponíveis para nos ajudar e acompanhar, de uma forma que realmente me surpreendeu. Embora tivéssemos que deixar a maravilhosa casa dos padres missionários da Consolata, agora estou muito feliz com a casa onde moramos. Tenho me sentido muito acolhida por todas as pessoas que conheci em tão pouco tempo, desde meus colegas de trabalho até os donos da casa. Embora ainda me sinta num turbilhão de novidades e tudo pareça diferente e por vezes difícil de compreender, sinto-me muito privilegiada pela oportunidade de conhecer esta realidade e pessoas tão dedicadas ao seu trabalho. Continuo dizendo a mim mesmo que aos poucos vou aprendendo.”

As voluntárias Francesca e Caterina foram acolhidas no IMDH em Brasília (DF)

Francesca Bognini relatou sua experiência após duas semanas no IMDH em Brasília:
“No dia 6 de agosto, depois de uma viagem que parecia não ter fim e de vários aviões quase perdidos, cheguei a Brasília. Desde o primeiro momento fui recebida de braços abertos por toda a equipe do IMDH. Este acolhimento cheio de carinho e atenção fez com que conseguisse de imediato encontrar um pedacinho de casa nesta terra ainda por descobrir. Mesmo que não tenha passado nem um mês, meu trabalho como voluntária já está me dando muita satisfação. Graças ao apoio e à experiência das minhas colegas estou aprendendo muitas coisas, tanto a nível profissional como humano. Estar rodeado de pessoas que dedicam tanto esforço e carinho ao seu trabalho é uma grande inspiração para mim e torna esta experiência de voluntariado aqui no IMDH ainda mais positiva. Sou grata por essa experiência incrível e pela confiança que é depositada em mim todos os dias. Obrigada a todos e todas.”

Caterina Pastorutti também compartilhou suas impressões após duas semanas em Brasília:
“Só passaram duas semanas desde que eu cheguei no Brasil, mas já parece que eu sempre estive aqui. As pessoas que encontrei desde o primeiro dia fizeram com que eu não só me sentisse bem acolhida, mas sobretudo em casa. Trabalhar no escritório do IMDH aqui em Brasília é como fazer parte de uma grande família, onde cada um faz seu trabalho com imensa dedicação. Os testemunhos das pessoas que já foram atendidas pela equipe me convenceram ainda mais do grandíssimo valor que tem o trabalho que a gente faz, seja voluntário ou não. Estou muito agradecida por ter essa oportunidade, por poder seguir aprendendo junto com essas pessoas maravilhosas e poder dar minha contribuição, mesmo pequena que seja. Obrigada!”