DIA MUNDIAL HUMANITÁRIO
No dia 19 de agosto é comemorado o Dia Mundial Humanitário. A data lembra o episódio trágico do bombardeio no escritório das Nações Unidas no Iraque, em 2003, que tirou a vida do brasileiro Sérgio Vieira de Melo, então representante da ONU no Iraque. Um dia que deve ser lembrado por aqueles e aquelas que trabalham a serviço da vida e dignidade do ser humano. No Brasil,o Dia Mundial Humanitário 2015 foi dedicado aos refugiados e refugiadas. Em cerimônia celebrativa da data, no Ministério da Justiça, o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) divulgou números atuais e impressionantes relativos a pessoas deslocadas à força de suas casas, de suas terras, de suas Pátrias. Como lembrou Andres Ramirez, representante do Alto Comissariado das Nações Unidas no Brasil (ACNUR), este é o maior deslocamento migratório desde a Segunda Guerra Mundial. No Brasil, o número de refugiados dobrou em quatro anos. Em 2011 eram 4.218. Em 2015 foram contabilizados 8.400, segundo o Conare, até o mês de agosto. De acordo com o documento divulgado pelo Comitê, as principais causas dos pedidos de refúgio são violação de direitos humanos (51,13%,), perseguições políticas (22,5%), reunião familiar (22,29%) e perseguição religiosa (3,18%). Os sírios formam o maior grupo de refugiados no Brasil, com 2.077 pessoas. Em seguida vêm os angolanos (1.480), colombianos (1.093), congoleses (844), libaneses (389) e ainda 1.416 vindos de outros países. Do total de refugiados, 70,7% são homens e 29,3%, mulheres. Segundo o levantamento, 65,62% têm entre 18 e 39 anos, 19% têm até 17 anos, 13,5% têm entre 40 e 59 anos, enquanto 1,86% dos refugiados têm 60 anos ou mais. Mais de 12,6 mil solicitações ainda aguardam julgamento.
Entre os palestrantes estiveram os representantes da organização Médicos Sem Fronteiras, Comité Internacional da Cruz Vermelha, ACNUR, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça e IMDH. Para a Ir. Rosita Milesi, diretora do IMDH, “o evento foi uma grande oportunidade para reconhecer e valorizar o trabalho humanitário de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, e para renovar o compromisso de solidariedade e de acolhida incondicional aos refugiados, pois sabemos que o Brasil é um País com potencial para fortalecer sua presença e ação humanitária em favor desta população.” Para os refugiados de vários países como Gana, Iraque, República Democrática do Congo, Paquistão e Colômbia, que estiveram presentes, foi a oportunidade de se emocionar e continuar lutando não só pela própria vida, mas pela de seus conterrâneos, que precisam cada vez mais de ajuda e segurança em tempos de tantos desafios e ameaças.
IMDH