NOTÍCIA: Entrada de haitianos pelo Acre cai 80% em setembro

Entrada de haitianos pelo Acre cai 80% em setembro

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A irmã scalabriniana Ires da Costa, que assiste aos imigrantes em Rio Branco, capital do Acre, confirma que a entrada pela fronteira reduziu de forma significativa. Irmã Ires que acompanha os imigrantes no abrigo na capital, diz que a redução ocorre porque o governo do Brasil, ampliou a emissão de vistos em Porto Princípe, após operacionalização do convênio firmado com a Organização Internacional para as Migrações (OIM).   

Entretanto, de acordo com a religiosa, o fluxo de senegaleses está aumentando na fronteira. 

A Missão Paz, dos padres scalabrinianos em São Paulo, além de confirmar a redução na entrada de imigtantes pelo Acre, aponta para a saída de haitianos do Brasil para o Chile.

O padre Paolo Parise, responsável pela Missão Paz,  notou a diminuição no número de haitianos que procuram ajuda. De acordo com ele, isso é resultado da combinação de ao menos dois fatores. ” O principal é que o Consulado do Brasil no Haiti está emitindo mais vistos para frear ação dos coiotes. Se entravam 1.400 via Acre, o aumento do oferecimento de visto fez com que diminuísse entrada pelo estado. Percebemos quando eles pedem ajuda na documentação. O emprego também está difícil”.

O padre conta que o desaquecimento da economia tem impactado diretamente os imigrantes em São Paulo. Dados da Missão Paz mostram que desde o início do ano, até setembro, 1239 estrangeiros foram contratados. A queda é de quase 70% em relação ao mesmo período de 2014.

A falta de emprego criou um fenômeno novo: Muitos imigrantes, principalmente haitianos, já pensam em voltar para casa, ou tentar a vida em outro país. De acordo com Jocelyn Pierre, de 51 anos, a maioria tem escolhido ir para o Chile. Ele confirma que a dificuldade para conseguir emprego aumentou muito nos últimos meses.

Segundo a Relação Anual de Informações Sociais do Governo, o número de estrangeiros no mercado formal de trabalho brasileiro cresceu 50% de 2011 a 2013, passando de 79 mil para mais de 120 mil carteiras assinadas. Em 2014, no entanto, esse número ficou estável. E a expectativa para 2015 é de queda.

Fonte: CSEM