Roda de Conversa incentiva mulheres venezuelanas a empreender

Através da parceria do Instituto Migrações de Direitos Humanos (IMDH)/Fundação Scalabriniana, Sebrae/DF e OIM, o evento contribuiu para a independência financeira de quem sonha em reconstruir a vida no Distrito Federal

O Brasil é um dos principais destinos de venezuelanos em mobilidade. Somente em Brasília, 3.605 pessoas refugiadas, sendo a maioria da Venezuela, foram atendidas pelo Instituto Migrações de Direitos Humanos (IMDH). Diante dessa realidade, o Sebrae no DF promoveu a roda de conversa “Gestão Financeira: Você, o dinheiro e a empresa”. O evento ocorreu nessa quarta-feira (28) na sede do Sebrae no DF, em parceria com o IMDH e OIM.

O objetivo do encontro foi auxiliar mulheres refugiadas e imigrantes venezuelanas em sua integração socioeconômica na realidade brasileira. A roda de conversa sobre Gestão Financeira surgiu da necessidade do IMDH no Distrito Federal, que possui um projeto de incentivo ao empreendedorismo para os refugiados e imigrantes da Venezuela, para que eles possam receber acolhimento e ter sua autonomia financeira no Brasil.

“É uma honra fazer essa parceria com o IMDH no sentido de não só dar acolhimento, mas também oportunidades de transformar suas vidas, no sentido que elas vão ter um ofício, uma profissão, algo como poder ganhar sua própria vida e se manter no novo país”, destacou a diretora técnica do Sebrae no DF, Diná Ferraz.

Conforme a analista e gestora de projetos do Sebrae no DF, Kátia Cristina Magalhães, a independência financeira para essas mulheres é fundamental para que elas possam se manter no Brasil com dignidade. Por isso, a instituição tem atuado de maneira a contribuir com a independência financeira delas, proporcionando-lhes mais oportunidades.

“O melhor meio para isso é dar instrumentos para que elas possam ser empreendedoras e colocar para fora seus potenciais”, disse.

A fundadora e diretora do IMDH, Irmã Rosita Milesi, explicou como funciona o apoio que é concedido às refugiadas e suas famílias. Em primeiro lugar suas necessidades básicas são assistidas e, em seguida, são oferecidas capacitações, como a realizada pelo Sebrae no DF, para que tenham perspectivas positivas de se manterem no Brasil.

“É fundamental que seja dada autonomia econômico-financeira, porque é o que elas precisam e é o que elas procuram profundamente. Em vista que, sem trabalho ou sem emprego, ou sem uma produção autônoma, elas não teriam como sobreviver no país”, apontou.

Rosa Paulina Bravo Henriquez, de 36 anos, está no Brasil há 5 anos com o esposo e dois filhos pequenos. Segundo ela, enfrentaram muitas dificuldades para sair da Venezuela, de carona e também de ônibus. Passaram por Roraima, Amazonas e Bahia, tendo como fonte de renda nesse período seu trabalho com o artesanato. Mas foi no Distrito Federal, durante a pandemia, que aprendeu por meio de cursos ofertados pelo Sebrae a aprimorar seu negócio. Atualmente, ela é microempreendedora individual (MEI) e sua loja, chamada Majanoco, está localizada no Riacho Fundo I-DF.

“Abri o MEI durante a pandemia. Incrivelmente, durante esse tempo eu conheci outras oportunidades e fiz muitas aulas de empreendedorismo. Aprendi com o Sebrae, a como formalizar meu negócio”, ressaltou.

Outra refugiada, Jhoanna Del Carmen Valério Salvatierra, de 39 anos, mora no Brasil há dois anos com o esposo e dois filhos. Ela compartilhou na roda de conversa que está iniciando uma empresa de manutenção de automóveis em Taguatinga-DF e já sonha alto.

“Quero abrir um galpão imenso, com funcionários, tanto imigrantes como eu e meu esposo, como também empregar brasileiros. Este é meu sonho”, disse.

O evento foi abrilhantado com uma palestra ministrada pela consultora do Sebrae no DF, Elaine Castro, que propôs ideias visando a integração socioeconômica das participantes.

Fonte: Sebrae/DF