Ir. Rosita Milesi, diretora do IMDH, participou do evento, junto com representantes do governo federal e organismos internacionais que atuam no âmbito da Operação Acolhida.
Nesta quinta-feira, 7 de dezembro, aconteceu na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), o “Seminário: Estudo de avaliação da integração local de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil”. O evento faz parte da série de três encontros, realizados nas cidades de Salvador (BA), Brasília (DF) e Bia Vista (RR). A cerimônia foi realizada em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), grande aliada no tema refúgio e migração.
O seminário reuniu o Secretário Geral da CNBB, Bispo Dom Ricardo Hoepers, a representante do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Bárbara Cravos, a Oficial Sênior de Projetos da OIM, Michelle Barron, o representante no Brasil da ACNUR, Davide Torzilli, a diretora do Instituto de Migração e Direitos Humanos (IMDH), Irmã Rosita Milesi e o presidente da AVSI Brasil, Fabrizio Pellicelli. Na ocasião, foram apresentados os resultados sobre os efeitos e impacto do modelo adotado pelo projeto Acolhidos por Meio do Trabalho na resposta humanitária direcionada ao atendimento de refugiados e migrantes venezuelanos no Brasil.
A diretora técnica da Pólis Pesquisa, Bertha Maakaroun, foi a responsável por apresentar os dados científicos obtidos durante a pesquisa. De 2019 até esse ano, a iniciativa promoveu a interiorização de 3.360 refugiados e migrantes venezuelanos, sendo que 1.329 indivíduos foram integrados com emprego regular. Também realizou 147 processos de interiorização por vaga de emprego sinalizada, envolvendo 86 empresas.
Em relação ao deslocamento forçado, existem mais de 110 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo, segundo dados do ACNUR de setembro deste ano. “A experiência apresentada nestes eventos demonstra o resgate integral da dignidade da pessoa. Queremos garantir essa acolhida, garantir este abraço humano”, afirma Fabrizio Pellicelli.
A Casa Bom Samaritano é de propriedade da CNBB, cedida gratuitamente para ali funcionar o Centro de Acolhida do Projeto Acolhidos por meio do Trabalho. Este Centro é fruto da aliança entre a Fundação AVSI e a AVSI USA, implementado pela AVSI Brasil em parceria com o Instituto Migrações e Direitos Humanos e com a CNBB, com recursos do Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do governo dos Estados Unidos. Conta também com o apoio institucional do Governo Federal, da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Organização Internacional para as Migrações (OIM), da Rede Brasil do Pacto Global e de entidades da sociedade civil que atuam na temática do refúgio e da migração.
Ir. Rosita apresentou sua reflexão sobre a Casa Bom Samaritano
Com um caminho de 2 anos e meio de existência, o Centro de Acolhida Casa Bom Samaritano, em Brasília, já recebeu 185 famílias (592 pessoas), em um processo de acolhimento que envolve os migrantes e refugiados na rotina da casa e transforma as relações em espaços de integração. A Casa Bom Samaritano faz parte do projeto Acolhidos por meio do trabalho, que busca interiorizar e integrar os migrantes e refugiados venezuelanos através das modalidades estratégicas e sustentáveis de acolhimento.
Durante sua manifestação, Ir. Rosita Milesi destacou a trajetória percorrida para a criação deste espaço. “Quando preparávamos o conjunto de orientações a nortear o funcionamento da Casa Bom Samaritano, nosso horizonte, ou podemos também chamar de utopia como preferem alguns, foi acolher, apoiar, e colaborar com as famílias que viriam a ser recebidas na Casa e propiciar-lhes condições para e seu desenvolvimento humano integral e sua autonomia cidadã”.
Por fim, a diretora do IMDH lembrou sobre a importância de envolver a sociedade nas estratégias de acolhimento de migrantes e refugiados. “A proposta de acolhida e assistência para a Integração precisa ser entendida como um caminho de mão dupla, no sentido que o imigrante deve, sim, se integrar na sociedade de acolhida ou de chegada e colaborar coletivamente para o bem comum. Mas é imprescindível que a sociedade abra os espaços para que os migrantes e refugiados possam ver que a comunidade, a escola, o vizinho, os locais de lazer estão abertos à sua presença e integração. Todos os âmbitos da vida social, desde o mundo da educação, da saúde, do trabalho, precisam ser moldados para que os migrantes e refugiados possam, de fato, participar, dar a sua contribuição, aportar elementos de sua cultura, de seus talentos e de sua formação”, finalizou Ir. Rosita.
Colaboração: AVSI Brasil