8 de março! Homenagem a você, Mulher que migra em busca de vida com dignidade

Por Ir.Rosita Milesi, mscs

O Dia Internacional da Mulher é data propícia para celebrar os avanços que a luta internacional das mulheres tem conquistado, mas também para relembrar as dificuldades que enfrentam, muitas das quais, infelizmente, mais se acentuam do que se vencem.

Em sua atuação na defesa dos direitos fundamentais de pessoas imigrantes e refugiadas, o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) presencia os desafios que as mulheres forçadas a deixarem seus países de origem enfrentam em busca de refúgio e de melhores condições de vida. Pela condição de mulher, dificuldades se apresentam nas motivações que as levam a deixar seus países, no trajeto e também no local de destino.

A proteção e integração das mulheres é central em nossa atuação. Nesse sentido, o IMDH – nos escritórios de Brasília e Boa Vista – realiza atividades a fim de promover a igualdade de gênero e criar espaços seguros de diálogos sobre demandas específicas da trajetória de migração das mulheres. São, também, articuladas ações conjuntas com outras organizações para estimular o protagonismo das mulheres imigrantes e refugiadas e promover seus direitos no Brasil.

Com a colaboração de entidades parceiras, o Instituto fornece serviços de apoio, integração e assistência às imigrantes e refugiadas, bem como busca promover sua inclusão econômica e produtiva por meio de inserção laboral ou viabilização de negócios autônomos. Essas ações têm contribuído para nutrir seus sonhos, assim como relata a migrante Akou, contemplada com o apoio do IMDH para projeto de geração autônoma de renda: “O que eu quero é conhecer as feiras e exposições, aprender mais português para aumentar o meu negócio. Quero ser autônoma. Tenho capacidade, mas me faltavam as condições. Agora, eu sinto que posso”.

Ao celebrarmos datas ou momentos especiais, como o Dia Internacional da Mulher, orgulha-nos exaltar a força das mulheres imigrantes e refugiadas em busca de condições de vida com dignidade, onde pelo menos, não falte o alimento para os filhos, um local decente para morar, condições de trabalho para ganhar o próprio sustento e da família, escola para as crianças, enfim, um ambiente em que seus direitos sejam garantidos e respeitados. A resiliência e coragem destas mulheres, mesmo diante de tantos desafios, tem inspirado o IMDH a atuar para a garantia dos direitos já conquistados e, igualmente, estar em constante busca de avanços para uma integração que lhes permita construir uma nova vida.

Assunta Marchetti, hoje beata Madre Assunta Marchetti, vos antecedeu, mulheres migrantes e refugiadas. E o fez, em 1895, para socorrer as crianças órfãs, filhas dos migrantes italianos que vinham ao Brasil e que morriam no caminho ou quando já em terras brasileiras. Madre Assunta foi e é nossa inspiração, nosso exemplo, nossa intercessora junto a Deus para que sua missão junto aos migrantes e refugiados tenha continuidade. Nesta jornada, hoje muito difícil, atropelada por injustiças e omissões, sigamos, acolhidos/as e acolhedores/as, confiantes e abertos à graça de Deus que a todos e todas dá força e sustento no caminhar.

Brasília, 08/03/2021