Muitos migrantes e refugiados enfrentam desafios ao buscar oportunidades econômicas em seus novos países. Buscando colaborar com esses novos empreendedores, foi realizada no sábado, 9 de dezembro, mais uma edição da Feira de Empreendedores Migrantes e Refugiados, oferecendo espaço para promoção dos seus negócios, facilitando a inclusão social e econômica.
A feira foi realizada no Centro Cultural de Brasília (CCB) e contou com a organização do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH)/Fundação Scalabriniana, Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), Comunidade de Vida Cristã (CVX Brasil) e Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR). O evento contou com a exposição e venda de produtos de empreendedoras da Venezuela, Chile e Senegal. Os visitantes puderam conferir artigos de artesanato, roupas, acessórios, além de comidas típicas dos países de origem.
A feira é um espaço que oferece oportunidade para educar a comunidade local sobre as habilidades, talentos e culturas dos empreendedores migrantes e refugiados. Isso ajuda a combater estereótipos e a promover uma compreensão mais profunda das contribuições positivas que esses grupos trazem para a sociedade. Ao destacar histórias de sucesso e apresentar empreendedores bem-sucedidos, a feira pode inspirar outros migrantes e refugiados a considerarem o empreendedorismo como uma opção viável. Isso pode ajudar a fortalecer a comunidade empresarial e criar oportunidades adicionais.
Outro fator de destaque é que a feira proporciona um ambiente onde as diferentes culturas podem se encontrar e interagir. Isso promove a compreensão mútua e a integração cultural, construindo pontes entre as comunidades locais e as comunidades de migrantes e refugiados. Destaca-se a inclusão, a diversidade e o crescimento econômico, beneficiando tanto os empreendedores quanto as comunidades locais.
Espaço de troca de experiências
Rosa é artesã Venezuelana e vive no Brasil com sua família há mais de 5 anos. Ma-Janoco foi o nome escolhido para o seu empreendimento, expressão que significa “nosso lar” na língua indígena warao. Além da participação na Feira de Empreendedores, Rosa também administra uma banca na Feira da Torre da TV em Brasília, que funciona todos os finais de semana. Em 2021, seu trabalho realizado junto com seu esposo foi reconhecido pelo Prêmio Brasília de Artesanato, estando em terceiro lugar na categoria de artesão contemporâneo.
Segundo a artesã, a realização de feiras de empreendedorismo tem importância na valorização dos profissionais migrantes e refugiados. “Esses espaços de comercialização são uma janela para que os empreendedores artesãos ou prestadores de serviços sejam conhecidos, levando seus produtos para espaços onde ainda não tem oportunidades. Já tive experiência de participar em outros espaços e ser vítima de xenofobia, apenas por ser migrante, ou espaços onde a participação é muito cara. Essas feiras abertas são importantes, onde você sensibiliza outras pessoas e se expressa de forma espontânea, podendo inclusive falar a sua língua, trocar ideias e não se sentir julgada por ser migrante.
A importância em participar destes eventos está na troca de ideias com outros migrantes, segundo Rosa. “Na dinâmica do dia a dia, se tem pouco contato com outros empreendedores migrantes. Estar nestes espaços é saber que tem outros como você que também estão lutando e isso dá muita força. É gratificante ouvir as pessoas elogiando o seu trabalho”, destacou a artesã.