“Esta publicação é mais um passo na reflexão e na busca de alternativas e caminhos para combater esta prática criminosa
O Setor Pastoral da Mobilidade Humana, da CNBB, lançou ontem, 22, em parceria com a Secretaria Nacional Justiça, do Ministério da Justiça, o livro Tráfico de Pessoas, resultado do Seminário Nacional sobre enfrentamento ao tráfico de pessoas, realizado no final de 2008. Cerca de 100 pessoas participaram do evento que teve a presença da Presidência da CNBB e dos bispos membros do Conselho Episcopal Pastoral da CNBB (Consep), além de representantes da Secretaria Nacional de Justiça e outras autoridades.
O presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, disse que a publicação do Setor de Mobilidade Humana expressa a preocupação “constante e atual” da Igreja pelas condições de milhares de pessoas “submetidas a condições de degradante exploração, sobretudo mulheres, crianças e trabalhadores, aliciados pelo tráfico nacional e internacional de pessoas”.
“Esta publicação é mais um passo na reflexão e na busca de alternativas e caminhos para combater esta prática criminosa [o tráfico de pessoas]”, disse o presidente.
Segundo dom Geraldo, é preciso atuar na prevenção deste crime e na reinserção social das vítimas. “[O livro] É um chamado a atuarmos na prevenção deste crime e na reinserção social das pessoas vitimadas por esta conduta que degrada o ser humano”, destacou.
De acordo com a assessora do Setor da Mobilidade Humana, Irmã Rosita Milesi, o Brasil ocupa o 3º lugar no ranking dos países da América Latina no tráfico de pessoas para fins de exploração sexual ou laboral. “São 241 rotas de tráfico de pessoas no Brasil: 110 domésticas e 131 internacionais”, explica a assessora.
O coordenador nacional do enfrentamento ao tráfico de pessoas da Secretaria Nacional de Justiça, Ricardo Rodrigues Lins, diz que a falta de informação dificulta o combate ao tráfico de pessoas. “Este trabalho com a CNBB é importante na medida em que multiplica informações”, disse Lins. “Grande parte das vítimas é aliciada pela família. Este crime precisa ser enfrentado para reduzir a vulnerabilidade social destas pessoas para que não caiam na conversa dos aliciadores”, afirmou.
O livro, publicado com recursos da Secretaria Nacional de Justiça, terá sua distribuição gratuita. Com 111 páginas, é uma coletânea de artigos e tem a participação do Ministério da Justiça, Organização Internacional do Trabalho (OIT), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Grupo de Combate ao Trabalho Escravo, Rede Um Grito pela Vida, Polícia Federal, Pastoral Afro-brasileira, Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e Pastoral da Mobilidade Humana. Para conseguir o livro, os interessados podem entrar em contato com o Setor da Mobilidade Humana, em Brasília, pelo telefone (61) 3274-1288 ou pelo e-mail: mobilidadehumana@ccm.org.br.